segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Resenha: Flanders 72 e Teenage Bottlerocket em São Paulo

Foto por Marga (Site Nada Pop)
Pela primeira vez no Brasil, a segunda apresentação do Teenage Bottlerocket no país aconteceu em São Paulo. Os norte-americanos se apresentaram no Inferno Club na capital paulista no último sábado, 20 de setembro.

Responsáveis pela abertura de todos os shows da turnê do Teenage Bottlerocket, os Flanders 72 começaram a se apresentar por volta das 20h. Tocando The Same Stupid Kids, o trio trouxe a mistura do Bubblegum Punk com o Punk Class of ’94.

Foto por Marga (Site Nada Pop)
O público ainda estava chegando ao Inferno, enquanto o grupo intercalava músicas dos álbuns South American Punk Rockers (2011) e de Dummyland (2013). Homeboy e Hitting the Wall foram algumas das canções que integraram o repertório.

O grupo mostrava bastante energia em cima do palco e chamava os amigos paulistanos para cantar junto com eles. E claro que tocando em São Paulo, os Flanders 72 não deixaram de homenagear a cidade tocando Sampa Streets. Outra faixa que merece destaque foi Totally Right.

O set teve espaço para algumas covers, como Tamara is a Punk dos The Queers e KKK Took My Baby Away dos Ramones. Essa última música teve a participação de Ray Carlisle do Teenage Bottlerocket nos vocais.

A última música da apresentação foi Christimas is Coming com o baixista Lippstein fazendo uma série de saltos antes de encerrar de vez a música. Os Flanders 72 foram um belo aquecimento para a “festa bubblegum” que estava para acontecer.

Foto por Marga (Site Nada Pop)
Após um breve áudio de introdução e o merchguy/animador de plateia Clint dando as boas vindas, o Teenage Bottlerocket subiu no palco. E logo de cara o grupo começou tocando Headbanger, e assim como o refrão, quase que alguns fãs tiveram uma concussão balançando as cabeças.

Tocando rápido, o quarteto norte-americano conquistou o público com simplicidade e carisma. Sempre que podia, Ray vinha cantar cara a cara com os fãs que estavam na beira do palco ou apontava a guitarra como uma arma para eles.

O setlist trazia músicas de todas as fases do Teenage Bottlerocket. Canções como Don’t Want To Go e Stupid Game alimentaram ainda mais a ansiedade dos fãs. Os formatos delas contribuíam para isso, refrões fáceis de decorar com letras engraçadas.

[Vídeo por TvPunkRock]

Ray e Kody Templeman dividiam bem os vocais entre as músicas, enquanto Miguel Chen caprichava nas palhetadas no baixo. Já o baterista Brandon era quem fazia a tradicional contagem ramônica (one-two-three-four).

O nível de energia ficou ainda mais alto com Freak Out. Em seguida, a banda tocou um pequeno trecho de Sex and Violence do Exploited que serviu de introdução para Mutilate Me.

[Vídeos por TvPunkRock]

Se os Ramones tinham o pinhead para brincar com o público, o Teenage Bottlerocket tem o Clint. Como eu disse antes, o cara com a máscara de caveira serve para interagir com os fãs e animá-los. Mas a banda por si só consegue fazer isso sem dificuldade.

Entre uma canção e outra, eles brincavam com a plateia e entre si. Fizeram algumas covers na zoeira como Panama do Van Halen. Mas também levaram a sério a Blitzkrieg Bop dos Ramones.

No meio dos principais hits, Bigger Than Kiss e Skate or Die, a banda incluiu TV Set, música recém-lançada na coletânea da gravadora Red Scare Industries. E sem fazer hipocrisia, a banda assumiu e tocou I'm The One Smoking Marijuana Motherfucker.

Em certo momento do show, os fãs já subiam no palco para dar mosh e dividiam os backvocals com Kody. A barreira entre banda e público foi quebrada e todos estavam em uma imensa festa.

Em Bottlerocket, uma imensa roda punk abriu no lugar. Tudo isso a pedido de Ray que avisou que a canção foi escrita exatamente para pogar. A banda conseguia fazer bem a mistura de canções “novas” e antigas com So Cool e Cruisin’ For Chicks, por exemplo.

O show já se encaminhava para o final quando tocaram Done With Love. Depois de uma pausa rápida, o encore trouxe a cover de Henchmen do Bad Religion, deixando o público ainda mais agitado.

As duas últimas canções foram She’s Not The One e So Far Away. Os fãs já estavam roucos e ainda assim cantavam junto com a banda. Os integrantes pareciam felizes de ver que por aqui existem tantos admiradores enlouquecidos.

O Teenage Bottlerocket fez uma excelente apresentação para os fãs que estiveram no Inferno. E mesmo depois de um longo set cheio de energia, mostraram simplicidade ao atender os fãs tirando fotos, dando autógrafos e conversando.

Em resumo, nem parecia o show de uma banda que há poucos meses estava na Warped Tour. No melhor sentido possível, parecia um show de um artista nacional que já estava acostumado a tocar nos clubes de São Paulo.

(Vídeo por Flávio Santiago - OnStage)

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