quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Resenha: ‘¡Uno!’ - Green Day


É um pouco complexo e estranho fazer uma resenha do disco tão aguardado da minha segunda banda preferida (a primeira é Ramones). Alias, é o primeiro disco de uma trilogia, o cartão de visitas do que ainda vem por ai. Resolvi fazer um ‘track-by-track’ de ‘¡Uno!’ do Green Day e falar um pouco do que achei de cada música do trabalho. Deixei o lado fanático de lado e resolvi ser bem sincero e direto.

Você pode ouvir o disco clicando aqui.
  • Nuclear Family: É interessante ver um disco do Green Day abrindo com uma música mais descontraída (e menos forçada). Sem querer contar o que vem nos próximos sons. A letra lembra algo de The Stooges, porém com instrumental bem trabalhado típico do trio. 
  • Stay The Night: Esse som é a despedida total das operas-rock. A letra é bem direta lembrando coisas do ‘1,039/Smoothed Out Slappy Hours’. Falando diretamente sobre o que a pessoa está sentindo. Mas de forma mais adulta: ‘Well I ain’t got much time so I’ll get to the point/ Do you wanna share a ride and get the fuck out of this joint?‘ 
  • Carpe Diem: Essa é a música mais perdida do disco. Ela tem cara de lado B de ‘21st Century Breakdown’. Traz aquele clima pesado do álbum anterior da banda. O refrão em si mostra isso: ‘Carpe diem, a battle cry/ Aren’t we all too young to die?’
  • Let Yourself Go: A música coringa do disco. A letra serve para qualquer ocasião em que tem pessoas falando demais: Trabalho, escola/faculdade, família, namorada(o)/marido/esposa. Além da letra direta (Shut your mouth ’cause you talk too much/ And I don’t give a damn anyway), o som é agitado lembrando os velhos tempos do trio.
  • Kill The DJ: The Clash chamou atenção do mundo quando misturou Ska, Reggae e Dub. Creio que essa foi a intenção do Green Day também. A letra é um tanto fraquinha, mas a melodia mostra que eles podem fazer mais do que apenas rock. 
  • Fell For You: Assim como ‘Stay The Night’, esse som mostra o Billie Joe voltando as origens. Fazendo letras simples e criativas. Descrevendo realmente o que é 'cair de amores'. Mas ainda não conheci ninguém que passa a noite fazendo aviões de papel: ‘I’ll spend the night living in denial/ Making paper planes just for a while’ 
  • Loss Of Control: A tensão dessa música teria muito bem um espaço no 'Insomniac'/ 'Nimrod'. Parece o depoimento de alguém que sofreu bullying na escola  e não quer lembrar muito do passado (I’d rather go to a funeral than into this high school reunion). Além de odiar todos e perder o controle. E tudo isso se acentua com a música enérgica.
  • Troublemaker: Minha faixa favorita do disco. Dançante, lembrando Foxboro Hot Tubs (banda paralela do Green Day). Divertida de ouvir e com uma letra bem ‘safadjenha’. Ela mostra que o líder Billie Joe Armstrong se inspirou em Nova York para compor enquanto estava participando do musical American Idiot: ‘I wanna crack your cranium, delirium on the Lower East Side of your mind’
  • Angel Blue: Música acelerada para contar a história de um ‘heartbreaker’. Difícil explicar essa música, porém um som que continua prendendo quem estiver ouvindo o disco. O instrumental sempre me deixa com a sensação que vai começar alguma versão de ‘I Fought The Law’ (já gravada pelo próprio Green Day). 
  • Sweet 16: Assim como em todos os discos, Billie Joe precisa fazer uma moral com a ‘patroa’. E isso sempre gera as melhores músicas do Green Day. Ela parece uma carta enviada para Adrienne Armstrong quando o líder do trio verde sai para uma tour. Melodicamente, uma das músicas mais gostosas de ouvir. 
  • Rusty James: Essa música deveria ter entrado no ‘Warning’, apesar de lembrar bastante ‘Scattered’ do ‘Nimrod’. Refrão fácil de decorar com uma letra-tema meio Johnny Cash e coisas folks. Uma boa música, mas que não me impressionou muito. 
  • Oh Love: Muita gente achou estranha essa música ser single. Pessoalmente, achei ela a mais chata de toda discografia da banda. Mas, após ouvir ‘¡Uno!’ do início ao fim, ela fez muito sentindo e resume muito bem o disco. Pop, sem medo de inovar, e algumas vezes excedendo um timing para deixar um som agradável para ouvir.

Um comentário :

  1. Juro que li em algum lugar que Sweet 16 teria sido escrita para Amanda (ex-namorada do BJ) e não para a Adrienne.

    Achei o disco muito bom, simples e direto. E não é forçado como creio que o 21stCB foi.

    Oh Love é um porre, tô pulando ela toda vez que ouço o disco inteiro.

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